Roubaram minha alma.
Roubaram minha calma.
Furtaram-me na calada da noite,
meu sono...
Deixaram-me acesa,
em alerta,
na expectativa
de catástrofes óbvias.
Fiquei apática.
Amorfa.
Acéfala.
Sem palavras,
nem rimas e
nem um
fiapo de semântica.
Estou a vagar no cenário
feito mobília esquecida
e velha.
Portas se fecham.
Janelas se abrem.
Olhos piscam
e processam imagens
desconcertantes.
Roubaram minha alma.
Fecharam-na numa caixinha.
Sem música.
Sem bailarina e
sem jóias.
Ficaram as mãos,
mas sem gestos.
Ficaram os dedos,
mas sem os anéis
e nem as luvas.
Ficou um corpo
inexpressivo e nu.
Lascivamente despido.
Sublimaram-me.
De sólida passei direto ao vapor.
E, o vapor o vento levou
para o alto das montanhas.
Para o salto sobre o abismo.
Para o hesitar diário
sobre a ponte.
Pensamentos saltam.
Palavras travam.
Almas escapam ou são
roubadas.
Tanto faz.
Roubaram minha juventude.
A graça natural dos viçosos.
A auréola de anjo sem asas.
A riqueza tácita de olhar
sem falar.
Roubaram-me o silêncio pungente.
Furtaram-me.
Ausentei-me de mim mesma.
E no vácuo fico a esperar
que algo aconteça.
Ou que o corpo adoeça.
A inércia inunda a sala de mal-estar.
A vela queima mas não derrete.
A eternidade passa por ampuletas
mágicas.
Mudanças cíclicas se revezam
diante de uma retina curva.
Ou convexa...
Flashes da memória se apagam
como polaroid.
Quero resgatar a alma,
a estória,
a narrativa de lirismo incontido.
A cena captada em segundos...
E perder no mar das reticências
a esperança risível.
Quero resgatar a alma.
Pago na moeda espiritual
cunhada em verso.
E de valor perverso.
Aguardam-se informações,
mensagem cifradas,
músicas sem pauta.
E reivindicações inusitadas.
O ouro da voz arranha
a palavra de prata
e a poesia de platina.
E o rubi do sangue
escorre por ralos e poros.
Quem puder, por favor,
salve essa alma roubada.
Do destino cruel de continuar
perdidamente apaixonada
por um mundo doente.
Roubaram minha calma.
Furtaram-me na calada da noite,
meu sono...
Deixaram-me acesa,
em alerta,
na expectativa
de catástrofes óbvias.
Fiquei apática.
Amorfa.
Acéfala.
Sem palavras,
nem rimas e
nem um
fiapo de semântica.
Estou a vagar no cenário
feito mobília esquecida
e velha.
Portas se fecham.
Janelas se abrem.
Olhos piscam
e processam imagens
desconcertantes.
Roubaram minha alma.
Fecharam-na numa caixinha.
Sem música.
Sem bailarina e
sem jóias.
Ficaram as mãos,
mas sem gestos.
Ficaram os dedos,
mas sem os anéis
e nem as luvas.
Ficou um corpo
inexpressivo e nu.
Lascivamente despido.
Sublimaram-me.
De sólida passei direto ao vapor.
E, o vapor o vento levou
para o alto das montanhas.
Para o salto sobre o abismo.
Para o hesitar diário
sobre a ponte.
Pensamentos saltam.
Palavras travam.
Almas escapam ou são
roubadas.
Tanto faz.
Roubaram minha juventude.
A graça natural dos viçosos.
A auréola de anjo sem asas.
A riqueza tácita de olhar
sem falar.
Roubaram-me o silêncio pungente.
Furtaram-me.
Ausentei-me de mim mesma.
E no vácuo fico a esperar
que algo aconteça.
Ou que o corpo adoeça.
A inércia inunda a sala de mal-estar.
A vela queima mas não derrete.
A eternidade passa por ampuletas
mágicas.
Mudanças cíclicas se revezam
diante de uma retina curva.
Ou convexa...
Flashes da memória se apagam
como polaroid.
Quero resgatar a alma,
a estória,
a narrativa de lirismo incontido.
A cena captada em segundos...
E perder no mar das reticências
a esperança risível.
Quero resgatar a alma.
Pago na moeda espiritual
cunhada em verso.
E de valor perverso.
Aguardam-se informações,
mensagem cifradas,
músicas sem pauta.
E reivindicações inusitadas.
O ouro da voz arranha
a palavra de prata
e a poesia de platina.
E o rubi do sangue
escorre por ralos e poros.
Quem puder, por favor,
salve essa alma roubada.
Do destino cruel de continuar
perdidamente apaixonada
por um mundo doente.