Recomeço

O começo improvável
a correnteza enigmática
de onde vem e para onde vai
a viagem retilínea e infinita
não há horizontes imortais
rio sem água...
desertos de passos titubeantes
a errar o caminho
e sem conhecer oásis

Sombras sem sol.
luz sem visão e
palavras sem som.

Riscos traçam
a arquitetura invisível
do possível

Dicionários estreitam
a comunicação
semântica.


Há o começo improvável
regando a primavera imaginária.
Flores que em botão
morreram antes do inverno.

Outonos contornam folhas
fossilizadas na
memória entorpecida
do tempo.


O tempo e suas estações
Sem paradas.
Sem baldeação.
Transferências inexplicáveis.
Carinhos convexos
em histórias repetidas.

Quadrinhos.
Interjeição.
E a poesia lavando almas
pelo curral do lirismo.

O começo chegou o fim.
Recomeçar é um desafio.
Continuar com ou sem
esperanças.
Um passo depois do outro.
E deixar as pegadas
como herança.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/05/2014
Código do texto: T4797695
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