Foto: B. Moser
Flores se abriam esplendorosas,
tão lindas e tão raras,
cercadas por cascatas de espinhos,
hirtos e longos,
para afugentar
as dores e a solidão.
Serviam-me de proteção,
ao blindar meu coração.
Mas, esta flor que nasceu em mim
ontem alegre, hoje deserto.
Das pétalas tão delicadas,
ora frágeis, sem o toque de seda;
sangue pisado, a se espalhar...
das raízes até os galhos.
E a seiva gotejante...
triste e rala secou,
como um mandacaru velho,
cansado de tanto esperar.
Implorando aos ventos
sob penitência:
- Até quando meu Deus!
Fenecer pouco a pouco
sem me entregar?!