O preço
Eu emudeci em mim ate me perder nestas destilações carnais
Não havia no sorvete um riso congelante
Ao pestanejar pude sentir seu perfume flor carnívora
E ver então sangrar o esmalte de tuas unhas
Duas mãos trigos idôneos
Não ocultavam o sentido abstrato do olhar
Nenhum novo sentimento nasceu por ousar
Apenas as feridas doidas em crise de solidão
Que chego a pensar que vou de fato me enforcar
Ou conseguir uma arma para apagar minhas lembranças
Insuspeitado eu sigo
Eu sou um suicida em silêncio
Colossal
Pois ainda naquela época não havia sofrido tanto com o amor como agora
Deixo de mim um escrito deitado na rede que aflora
Correndo como alarde pelos decifradores, pelos que ousam deduzir a desilusão.
Sai da cama com minha revolta
Pois do que se queixa o homem afinal se não dos seus próprios pecados
Não consigo fazer silêncio no silêncio que há
E dentro de mim longe de estar em paz
Meu ódio me obriga a sentir raiva de mim.