POEMA DA SOLIDÃO
Pessoas há que curtem a solidão
Que gostam de estar sós,
De ouvir a voz do silêncio,
De conversarem consigo mesmas.
Comigo não é diferente,
Aprecio a companhia de amigos
Que afinem comigo, pensem como eu,
Sobretudo se da minha geração.
Ah, como eu gosto da companhia
Calada e compreensiva,
Das lembranças antigas
Que me falam do passado.
Gosto das badaladas mudas das horas
Do velho relógio que não para
Que bate os segundos no meu peito,
Marcando cada átimo da minha vida.
Gosto da voz do vento, quando vem
E costuma entrar pela janela
Trazendo notícias de longe,
Numa linguagem que só eu entendo.
O vento sempre foi meu confidente,
Segreda fatos, dá notícias dos amigos,
Companheiros de viagem
Que tombaram no caminho.
Ah! O silêncio, esta solidão,
Que se abriga em mim e me segreda,
Num dialeto que só minh´alma entende.
Como o faz nesta tarde.