Sangue Sublime

Estilhaços ferem a pele

Mofo, salobre, gélido, amargo

O cheiro de sangue impregna

Tão quente, suavemente

Até de forma indecente

Percorre a tez macia

Impossível não ver a agonia

Tão bela

Tão pura

Tão viva

A chuva já não disfarça

Uma vida, uma farsa

E ele percorre a pele nua

Escorrendo pela rua

Os pés fixam no chão

Estagnados, presos, destino?

A vida docemente se esvai

O tempo agora para

Os pingos já não tocam a face

Tampouco dela escorrem

Distante, distância, paz?

A chama desintensifica

E mostra seu luto

A parafina chora em prantos

Arthur Barbosa
Enviado por Arthur Barbosa em 12/06/2013
Código do texto: T4337386
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