Sangue Sublime
Estilhaços ferem a pele
Mofo, salobre, gélido, amargo
O cheiro de sangue impregna
Tão quente, suavemente
Até de forma indecente
Percorre a tez macia
Impossível não ver a agonia
Tão bela
Tão pura
Tão viva
A chuva já não disfarça
Uma vida, uma farsa
E ele percorre a pele nua
Escorrendo pela rua
Os pés fixam no chão
Estagnados, presos, destino?
A vida docemente se esvai
O tempo agora para
Os pingos já não tocam a face
Tampouco dela escorrem
Distante, distância, paz?
A chama desintensifica
E mostra seu luto
A parafina chora em prantos