Sobre a vida.

Se me vale valer algo

Que seja esta transfiguração de homem para verso!

Que seja esta imagem distorcida que faço de mim

Perante a esta lupa chamada vida!

E quem sabe assim esqueço o peso desta vida

Tão amarga que lentamente sobe por minha garganta

Sufocando qualquer vestígio de originalidade.

Levando dia-a-dia um pouco deste ser.

Ah morte de minhas noites sombrias!

Tentadora fiel de meus atos infecundos!

Você que caminha lentamente sobre a minha mente

Fazendo-me debruçar sobre isto que chamamos vida!

Forçando cada gota deste meu sangue grosso

A passar por suas veias frias.

Forçando o meu ser a se juntar ao teu ser.

Ah! Se me vale valer algo

E neste algo tiver a sombra daquilo que tentei ser!

A sombra de um homem que só imaginei ser.

Que seja então nestes estúpidos versos

Pois por outro meio não sei valer.

Caio Follet
Enviado por Caio Follet em 24/02/2013
Código do texto: T4157579
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