Castelos
Eu vivo em meu castelo, reforçado de medos.
Suas paredes intocadas pelos falsos desejos.
Seus tijolos resistentes a esperança que bate.
Tudo para afastar as trevas que me prendem.
Vivo em meu castelo, perdido nas sombras.
Escondido do mundo, acolhido de sussurros.
Perdido no luar, amaldiçoado pelas estrelas.
Meu santuário que me protege de mim mesmo.
Estou preso em meu castelo, sem saídas.
Cada pedra me acorrenta entre estas marcas.
A prisão que fortalece o vazio que me consome.
A morte que me aguarda entre estes corredores.
Estou perdido em meu castelo, perdido entre ecos.
Os gritos ecoam com a noite, as sombras se iludem ao olhar.
Estou esperando... Esperando por alguém.
Pela próxima ilusão á me libertar...
Tal castelo tão resistente.
Fortificado de tantos medos e dores.
Tão grande, resiliente e frágil.
Desmoronando com seu olhar...
Apenas á espera do próximo castelo
A me proteger do que você representa...
Eu vivo em meu castelo... Viver...
Não vivo, não sinto, não sei dizer...
Meu castelo, minha prisão, meu ser...
Talvez eu já morri, e espero perceber.
E assim... Outro castelo nasce.