A Lua veio Não

Hoje a lua está tão bela, singela...

Posso ver dentre as cortinas

Amarela, da janela, a lua tão bela.

Hoje a lua está tão tímida, desinibida...

Posso vê-la escondida, sem vida!

Da guarita, a lua tão tímida.

Hoje a lua está tão fria, perdeu a magia...

Posso vê-la banhada de orgia

Sentado no banco da praça, a lua tão fria.

Hoje a lua está de tarde, na metade...

Posso vê-la sem vaidade, sem claridade!

Tenho saudade, da lua, esta tarde.

Hoje a lua está tão cheia, vagueia...

Posso vê-la da fogueira, até tonteia!

Embriagada no céu, a lua que vagueia.

Hoje a lua está de luto, absoluto...

Poso vê-la em tom escuro, astuto!

Caminhando como um vulto, a lua de luto.

Hoje a lua está minguante, delirante...

Posso vê-la tão errante, num instante!

Contemplando os amantes, alua fascinante.

Hoje a lua veio não, solidão...

Não posso vê-la do sótão, sem razão!

Não me deu explicação, talvez esteja...

Escondida no Japão, a lua veio não.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli / 19/setembro/2001 Itaquá (SP)

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Enviado por zacarelli em 22/08/2012
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