Partindo...

Como vela que acende ao se apagar.

E o beijo que termina em alvas flores.

Como o sono que nunca chega a'tormentar.

Os fúnebres perdidos em plantão.

Como a noite que nasce em estrelas.

E a lua nostalgia mundial.

Como a chama da esperança que se apaga.

E queima o mais leve sonhador.

Como o vento que sopra o choro longe.

E a espera de que um dia seja o amanhã.

Vem do norte um frio groge de alma dura.

Onde a fera perdura até nas noites infernais.

Do lírio branco que de alvo a pele brilha.

Traz em sua mala os fiapos de uma dor.

Como o céu sem arco-íris e brancas flores.

Mostra-nos a beleza de um coração inda sem cor.

Bem alto voa um solitário animalzinho.

Cuja suas asas se feriram pelo rancor.

Seus olhos fracos inda vêem o caminho.

Que segue rumo ao tal destino redentor.

O pio fraco da ave soa longe.

Longe de tudo o que um dia tanto amou.

As lágrimas vertem puras e inocentes

Na face branda de um pobre pecador.