DELIRIOS DA SOBRIEDADE

Pois veja só você

Aqui estou cá

A sós, ou melhor, só.

Sóbria, sem um decigrama de álcool no sangue ou no quarto

Sem a loucura que me entorpece

Sem a libido que me favorece

No meu quarto quadrado, sem você nem ninguém

O meu aquecedor dos móveis brasilia me aquece

Ele não tem pernas, nem braços, nem boca

Mas o calor do teu fogo, a lembrança de tua chama

No meu quarto quadrado, ao quadrado fico a sós, só.

Sapos me cercam na lagoa onde estou ilhada, uma luz bem no meio

Me diz que um dia, um dia serei salva

Mas veja só você:

No quadrado do meu quarto tive vários,

No conforto de meu abraço muitos,

Tudo se resume a quadrilha de Drumond....

Mas agora a lagarta de Alice me questiona: “who are you”

A minha resposta ecoa no túnel da fumaça que o cigarro da D. lagarta formou: “I don´t know”

Ah! taça de vinho tinto suave da casa, por favor!

Meu quadrado poderia ser a reserva de um bar,

ou uma cabine espacial onde a gravidade levita meu corpo,

flutu

a

minha alma

sóbria como o padre que a missa rezou,

fria como o mármore da pia,

mas aquecida graças a meu aquecedor

ah! Sim! Meu aquecedor de resitencia de chuveiro barato,

mais quente que a solidão, menos amigo que o meu vinho, que, por ora, se ausentou.

Drumond, vamos dançar na quadrilha, eu seguro o seu copo e você minha outra mão.

PAULA RAZZABONI
Enviado por PAULA RAZZABONI em 06/05/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3652121