DELIRIOS DA SOBRIEDADE
Pois veja só você
Aqui estou cá
A sós, ou melhor, só.
Sóbria, sem um decigrama de álcool no sangue ou no quarto
Sem a loucura que me entorpece
Sem a libido que me favorece
No meu quarto quadrado, sem você nem ninguém
O meu aquecedor dos móveis brasilia me aquece
Ele não tem pernas, nem braços, nem boca
Mas o calor do teu fogo, a lembrança de tua chama
No meu quarto quadrado, ao quadrado fico a sós, só.
Sapos me cercam na lagoa onde estou ilhada, uma luz bem no meio
Me diz que um dia, um dia serei salva
Mas veja só você:
No quadrado do meu quarto tive vários,
No conforto de meu abraço muitos,
Tudo se resume a quadrilha de Drumond....
Mas agora a lagarta de Alice me questiona: “who are you”
A minha resposta ecoa no túnel da fumaça que o cigarro da D. lagarta formou: “I don´t know”
Ah! taça de vinho tinto suave da casa, por favor!
Meu quadrado poderia ser a reserva de um bar,
ou uma cabine espacial onde a gravidade levita meu corpo,
flutu
a
minha alma
sóbria como o padre que a missa rezou,
fria como o mármore da pia,
mas aquecida graças a meu aquecedor
ah! Sim! Meu aquecedor de resitencia de chuveiro barato,
mais quente que a solidão, menos amigo que o meu vinho, que, por ora, se ausentou.
Drumond, vamos dançar na quadrilha, eu seguro o seu copo e você minha outra mão.