Da solidão e da estrela
Da solidão e da estrela
Maria Felomena Souza Espíndola
As casas inclinam-se sobre os caminhos,
lançam raízes na margem do rio.
Uma casa pequena
acolhe a imensidão do universo.
As portas fechadas
murmuram vozes de lembranças.
As janelas fechadas
são olhos atentos,
que acompanham os passos
de caminhos-memória:
folhas ocres caídas maduras de saudade,
águas de silêncio e promessa de encontro.
Quem conhece o segredo das curvas?
O vôo rasante das gaivotas,
e o vôo tão breve da vida,
espuma branca que as águas azuis das ondas
vão fazendo perder-se na areia...
E esses cenários tecidos
em ramos de esperança e flor,
na aprendizagem da solidão,
onde uma estrela cintila,
pressentida,
inextinguível...