nada
estou só
completamente só e nada sinto,
e nesta apoplexia do nada,
sequer posso gritar ou morrer,
acender uma vela,
procurar um passado nas gavetas,
sussurrar uma oração;
morte!
se pelo menos me espreitasse,
soprasse sobre mim seu frio arrepio,
talvez sentiria um pouco de vida,
nesta noite sem luz,
sem energia,
sem fala,
sem deus,
estou só.