A LÍNGUA
Provei o doce beijo
De alguém que amei
E feri meu pensamento
Quando a deixei
Provei a amargura do arrependimento!
Fui provado sem pudor
Fui lambido sem amor
Num dia de agonia,
Lambi meu próprio ódio
Com alegria.
Senti o gosto
Amargo da derrota
Perdi a honra
Na hora errada
Senti a fúria Dominar-me
Nem ao menos ouvi
A morte chamar-me!
Falei demais,
E não disse nada
Falo de paz
Mas só ouvem a guerra
Meu idioma
Só eu mesmo entendo
Há várias línguas
Para um único pronunciamento
Chamam a guerra
Para a vitória
Ouvem-se cantos
Para a derrota
Falam tudo de bom
Da boca pra fora
Isolam as palavras belas
Para certas horas
Invadem a língua úmida
E queimam a que era a última!
Línguas que dizem palavrões
Que secam as considerações
Fazendo estúpidas manifestações
Tentando abrir fechados corações
Provei o doce beijo
De alguém que amei
E feri meu pensamento
Quando a deixei
Provei a amargura do arrependimento!
Fui provado sem pudor
Fui lambido sem amor
Num dia de agonia,
Lambi meu próprio ódio
Com alegria.
Senti o gosto
Amargo da derrota
Perdi a honra
Na hora errada
Senti a fúria Dominar-me
Nem ao menos ouvi
A morte chamar-me!
Falei demais,
E não disse nada
Falo de paz
Mas só ouvem a guerra
Meu idioma
Só eu mesmo entendo
Há várias línguas
Para um único pronunciamento
Chamam a guerra
Para a vitória
Ouvem-se cantos
Para a derrota
Falam tudo de bom
Da boca pra fora
Isolam as palavras belas
Para certas horas
Invadem a língua úmida
E queimam a que era a última!
Línguas que dizem palavrões
Que secam as considerações
Fazendo estúpidas manifestações
Tentando abrir fechados corações