Castigo
Às vezes sinto como se estivesse sendo sugada para a escuridão.
É como se o nada se ocupasse de mim,
O vazio vai se apossando furtivamente de algo que não lhe pertence.
Um buraco sem fim habita meu peito desprotegido,
Fazendo cessar as batidas do meu coração,
Um forte ar frio congela lentamente meus pulmões, fazendo chiar minha garganta.
Mãos firmes me fazem fechar os olhos à força.
Um silêncio toma conta de mim,
Começo a sentir um leve torpor e o mundo gira sem parar,
É uma escuridão agonizante a qual me encontro.
A solidão é o castigo da minha alma que vaga por essa terra mundana.
A voz muda de uma boca imunda, suja pelas impurezas de outras bocas de rua.
Vago por esse breu sem fim sempre a te esperar
E sem a certeza de saber que iremos de novo nos reencontrar
E que uma luz irá se acender em meu caminho antes que eu acabe por completo a definhar.