A Procura nas Noites
O que procuro nestas noites
que não a tenho em minha presença?
A sufocante carência me leva ao afoite.
Não entendo o que procuro e penso.
De vento em vento o sobejo anseio.
Içado em delírios em oportunos cenários.
Trancado dentro das minhas emoções.
Queria eu estar somente errado.
Mas percebo o quanto não devo
e não posso viver sem você.
O que buscar se sonhos estão mortos?
Quando percebo que nenhum caminho
me levará até o seu amor.
Sofrimento falsário.
Cavalo branco imaginário
correndo pela areia deserta
em busca de seu cavaleiro.
Eu senti pena de mim mesmo.
Sem poder ver a neve derreter
no fim do inverno.
Tudo que estava dentro de mim
parecia doce e amargo.
Ríspido e suave.
O começo e o fim.
Forte e fraco.
A insipidez rústica dos fatos.
Chuva fina selando o meu obituário.
Tenha uma boa noite, isso não escuto
dos teus lábios.
Ablução solida de um sentimento
que já não existe mais, e eu chorei
tentando mudar o imutável.
Perfume da flor do empíreo.
Fazia-me querer apenas acordar
E ver que isso tudo foi só ilusão.
Balsamo da abstinência aguda.
Lírio poético da emoção desnuda.
Ensejo da jornada moral da alma.
Loucura que despertou e respalda
a sabedoria que eu não posso ter.
Somente quando a noite se acaba
um raio de sol penetra em meu rosto
ai posso ter o direito de saber.
Passei mais indignos momentos
em tempos vazios de tempestades
sem ter você.