A Procura nas Noites

O que procuro nestas noites

que não a tenho em minha presença?

A sufocante carência me leva ao afoite.

Não entendo o que procuro e penso.

De vento em vento o sobejo anseio.

Içado em delírios em oportunos cenários.

Trancado dentro das minhas emoções.

Queria eu estar somente errado.

Mas percebo o quanto não devo

e não posso viver sem você.

O que buscar se sonhos estão mortos?

Quando percebo que nenhum caminho

me levará até o seu amor.

Sofrimento falsário.

Cavalo branco imaginário

correndo pela areia deserta

em busca de seu cavaleiro.

Eu senti pena de mim mesmo.

Sem poder ver a neve derreter

no fim do inverno.

Tudo que estava dentro de mim

parecia doce e amargo.

Ríspido e suave.

O começo e o fim.

Forte e fraco.

A insipidez rústica dos fatos.

Chuva fina selando o meu obituário.

Tenha uma boa noite, isso não escuto

dos teus lábios.

Ablução solida de um sentimento

que já não existe mais, e eu chorei

tentando mudar o imutável.

Perfume da flor do empíreo.

Fazia-me querer apenas acordar

E ver que isso tudo foi só ilusão.

Balsamo da abstinência aguda.

Lírio poético da emoção desnuda.

Ensejo da jornada moral da alma.

Loucura que despertou e respalda

a sabedoria que eu não posso ter.

Somente quando a noite se acaba

um raio de sol penetra em meu rosto

ai posso ter o direito de saber.

Passei mais indignos momentos

em tempos vazios de tempestades

sem ter você.

Renato Rodrigues
Enviado por Renato Rodrigues em 04/09/2011
Código do texto: T3200713
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