AMANTE

Nasci para ela.

Ela me envolve e me quer só para si.

Posso estar no meio da multidão e ela está ali comigo,

Fazendo par.

Posso estar sorrindo para todos e ela está ali escondendo meus

Lábios para que ninguém os veja.

Posso estar acenando e ela está ali, dando-me a mão

Para que o aceno seja sem expressão.

Posso estar chorando e ela está me consolando e aconselhando:

‘antes só do que mal acompanhado’.

Ela está ali.

Ferindo-me e me curando.

Isolando-me de todos e fazendo companhia.

Desrespeitando minha vontade.

Queria até a companhia

Dos marginais

Dos loucos

Dos insensatos

Ela quer que eu seja só dela.

Ah, Solidão, companheira e conselheira.

AMANTE.

L.L. Bcena, 13/12/1999.

POEMA 302 – CADERNO: ROSA VERMELHA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 12/08/2011
Código do texto: T3156388
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