NO PLÁCIDO MANTO...

Não é tudo que eu quero escrever

Que adornaria esta página vazia e alva,

Deixo estravasar daqui, ao meu ver,

As palavras que se ajuntam n´alma:

As estrelas se escondem no escuro manto

Que apergaminha pela imensidão;

Noturnas nuvens acinzentam, portanto,

Aquele sonho de uma noite de verão.

Exprimem o mais forte da essência

Que possa ter no imo mais obscuro;

Da natureza humana, a dolência,

Da divina, etérea e pura.

Quando vem no seio um suspiro breve

Que o toma para criar do nada

Uma canção, ou uma brisa leve,

É criada a alma apaixonada.

No plácido manto nortuno, a amplidão,

Reforça a sempiterna crença

Que no peito arde genuina oração,

Ao autor dessa magna presença.

E de longe ululava a triste paixão

Pela noite a dentro, pelo nome dela,

Está inconsolado pobre coração,

Por estar sozinho, pela tíbia vela.

E nas feições do fugidio dia

Nascem no crepúsculo e morrem na treva,

A sua luz que brilha, logo sombria,

Matiza o ciclo que a conserva.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 10/08/2011
Código do texto: T3152585
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