PARASITAS FUNESTOS
Dentro de um peito escaldado
A dor de um amor sem destino
Que carpe ao som dum sino,
Na voz da brisa cantante,
A espera d´outro ardor fadado
Retorna o amor à solidão,
Sempre sofrendo a desilusão
Duma alma inconstante.
Sonho contigo inda poder deitar,
No leito posto ao chão acolhedor
Enconchados, felizes de amor,
Sem receio dormindo profundo,
Mas a dura dor de ter que acordar
Não ver-te mais, um acre fim,
Inda a paixão arde em mim,
Inda estou perdido no mundo.
É que tu largaste a minha mão
Na noite dos parasitas funestos,
Levaram-me a falsos sonhos molestos,
E eu só queria estar ao teu lado,
Não sozinho, não em solidão,
Não no leito que me abraça vazio,
Nem num pensamento sombrio,
Nem ver o amanhecer acordado.
(YEHORAM)