*** VENTO ***

MURMURA O VENTO AO REDOR DO SILÊNCIO, PODERIA SER O MEU, MAS CENAS E INSTANTES SE REPETEM.

GUARDO MEU CORPO EM QUATRO PAREDES, BARULHO QUE SE INSTALA NA PERCEPÇÃO DO SÓ;

MOVIMENTO SEM FACE QUE SOMENTE ESCUTA; ESTOU DENTRO E NÃO FORA... PODERIA SER DIA, MAS FORA NOITE HORA DA MANIFESTAÇÃO DOS ELEMENTOS; A CISÃO DO CONTATO QUE ME ISOLA, OUÇO QUE LONGE SE DEPARA O IMPACTO NAS PAREDES DE REFÚGIO, ABRIGO QUE NO SILÊNCIO AGUÇA OS OUVIDOS E O OUVIDO MÁGICO ENTRA EM CENA; AS RUAS PARECEM ESTAR VAZIAS MAS, VAZIOS ESTÃO MEUS PENSAMENTOS; A QUIETUDE QUE ME GUARDA FORTALECE A VOZ DO VENTO. IMAGINO QUE LÁ FORA SOPRAM FOLHAS, E AS QUE CAEM JÁ ESTÃO MORTAS.

NA SOLIDÃO TANTOS OUTROS PERCEBEM, MAS DE MIM TOMARAM CONTA, QUE NÃO ÉS BRISA E TANTO VENTO, CIRCUNDA MINHAS PAREDES COMO SE SOUBESSEM DO MEU SILÊNCIO, ESCONDIDO EM UMA SOLIDÃO PROFUNDA EIS O VENTO QUE CIRCUNDA, MEU CORPO SE OUVE ATRAVÉS DAS PAREDES, E ELE INSISTE QUE LÁ FORA EXISTE EM UM DETALHE QUE NÃO SE REVELA MAS SUA VOZ ESTÁ PRESENTE; MESMO QUE ME OCULTE EM UM DISFARCE TRANSPARENTE, O QUÊ OUÇO OU INVENTE, ELE ESTÁ VIVO E É SEMPRE. SABE QUE EU O ESCUTO MESMO ARRANCANDO FOLHAS SEM FÚRIA, EIS QUE ME ALCANÇA COMO SE EU FOSSE, NEM GALHOS, NEM FLORES, PORÉM SEMENTE. EM MIM ÉS O ELEMENTO QUE ROUBA MEU SILÊNCIO PORÉM OU NÃO FORA DA SOLIDÃO NO MAR ESTÁS NESTE MOMENTO.

AUT.: ***Jaqueline Lopes***