TEMPESTADE DE MÁGOA
Numa chuva ventosa
Ando numa dolência íngreme...
Apreciando a paisagem tenebrosa,
E os relâmpagos que surgem temo.
E num temperamento ineficaz
A chuva geme em uma dor plangente,
Bate forte no telhado em paz!
E numa obscuridade presente...
Ah, chuvas passageiras, frias e grossas...!
Soluçando nos telhados,
Chorando ao vento...
Balançando das árvores os galhos.
E nesse som contagiante
Grito num desespero grande:
___ Parou a chuva delirante!
___ Parou a chuva amante!
Nesta chuva tão perfumada
Ouço as gotas, sua grandeza,
Sua forma tão límpida e clara!
E num repúdio tão rejeitado,
Deixo a chuva então de lado,
Fecho meus olhos lassos
E ponho-me a dormir.