TEMPESTADE DE MÁGOA

Numa chuva ventosa

Ando numa dolência íngreme...

Apreciando a paisagem tenebrosa,

E os relâmpagos que surgem temo.

E num temperamento ineficaz

A chuva geme em uma dor plangente,

Bate forte no telhado em paz!

E numa obscuridade presente...

Ah, chuvas passageiras, frias e grossas...!

Soluçando nos telhados,

Chorando ao vento...

Balançando das árvores os galhos.

E nesse som contagiante

Grito num desespero grande:

___ Parou a chuva delirante!

___ Parou a chuva amante!

Nesta chuva tão perfumada

Ouço as gotas, sua grandeza,

Sua forma tão límpida e clara!

E num repúdio tão rejeitado,

Deixo a chuva então de lado,

Fecho meus olhos lassos

E ponho-me a dormir.

Felekeche
Enviado por Felekeche em 19/02/2011
Reeditado em 21/02/2011
Código do texto: T2802329
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