Mente livre (para morte)
Bolsas e livros
Relógios o céu
Tem gosto de terra que tem gosto de mel
Cortaram-lhe os pulsos que antes pulsavam
Cortaram-lhe os braços que um dia abraçaram
Arrancaram-lhe os sonhos que um dia sonhou
Trancaram-na em uma prisão mental
E em sua hipocrisia perguntavam-se o porquê do seu fim.
Há caixas vazias por todos os lados
Suas roupas cortadas em mil pedaços
O sangue ainda quente entre os moveis espalhados
Ela se foi, ninguém podia entender.
A essência estranha da morte ainda estava presente
A solidão evidente entre seus escritos e desenhos abstratos
Os carros passando, seus punhos fechados
Seus vícios e sonhos perdidos, forjados
O sangue quente entre os moveis espalhados
Ela se foi, quando ninguém podia entender.
Os frascos dos comprimidos consumidos
Ainda abertos como seus olhos escuros.
A água ainda morna como seus lábios.
O rosto sem vida era mais tranqüilo
Tão mais mortos pareciam os vivos, que nunca entenderiam seus motivos
Sua coragem.
Apenas condenavam; pobres espectadores.
Ela nunca voltará,
Seus 14 anos permanecerão estáticos na roda da história,
Perdidos no tempo.
Com o sangue entre os móveis espalhados, com seus sonhos frustrados, seus amores errados;
Ela se foi, quando ninguém pode entender.