Mente livre (para morte)

Bolsas e livros

Relógios o céu

Tem gosto de terra que tem gosto de mel

Cortaram-lhe os pulsos que antes pulsavam

Cortaram-lhe os braços que um dia abraçaram

Arrancaram-lhe os sonhos que um dia sonhou

Trancaram-na em uma prisão mental

E em sua hipocrisia perguntavam-se o porquê do seu fim.

Há caixas vazias por todos os lados

Suas roupas cortadas em mil pedaços

O sangue ainda quente entre os moveis espalhados

Ela se foi, ninguém podia entender.

A essência estranha da morte ainda estava presente

A solidão evidente entre seus escritos e desenhos abstratos

Os carros passando, seus punhos fechados

Seus vícios e sonhos perdidos, forjados

O sangue quente entre os moveis espalhados

Ela se foi, quando ninguém podia entender.

Os frascos dos comprimidos consumidos

Ainda abertos como seus olhos escuros.

A água ainda morna como seus lábios.

O rosto sem vida era mais tranqüilo

Tão mais mortos pareciam os vivos, que nunca entenderiam seus motivos

Sua coragem.

Apenas condenavam; pobres espectadores.

Ela nunca voltará,

Seus 14 anos permanecerão estáticos na roda da história,

Perdidos no tempo.

Com o sangue entre os móveis espalhados, com seus sonhos frustrados, seus amores errados;

Ela se foi, quando ninguém pode entender.

Naiara ls
Enviado por Naiara ls em 09/01/2011
Reeditado em 20/02/2011
Código do texto: T2718463