Isabelle

Isabelle, lembrasse da angústia que sentia nossos corações em flor?

De quando passeando com a primavera sentimos o perfume do amor

E não tivemos medo de segredar-nos nossas vontades humedecidas?

Hoje passando pelo caminho que juntos fomos um desabrochar

Eu vi na aurora um lapso de tristeza porque à minha sombra era só

Como uma treva vazia e compreendida em solidão...

Foi triste, Isabelle, ver a vida ser ausência

Por não estares no caminho ao lado meu.

Foi terrivelmente doloroso compreender na beleza das flores

Um ar lúgubre por um perfume de morte.

Meu corpo estremeceu como um corte em cruz

E toda fé esvaiu pelo meu peito;

- A fé em luz que espelhava na pétala em flor era branca como os lírios...

E apesar de tudo, eu senti aquele peso de paz sobre meu cadáver vivo

Porque foste uma lembrança ainda viva e incicatrizável nessa primavera de luto

Onde rosas negras adornam perto a margem do rio sua pegada sobre a terra

E meus joelhos ajoelhados a teus pés como quem pede perdão ao esvairsse devagar

Por amor a alguém que só existiu em mim

Mas que nunca existiu...

Gabriel Alcaia
Enviado por Gabriel Alcaia em 18/10/2010
Código do texto: T2562907
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