Entorpecentes
Queria chorar e não conseguia,
Segurava-se pelas paredes e gritava,
A cada segundo andava e parava,
Sentia que sua vida se esvaia,
Perguntava-se qual sentido a vida teria,
Agora que estava perto da morte, sofrera,
Não veria mais amigos, não veria mais a vida,
A vista escurecia e nem os agasalhos a aquecera,
Mesmo com o sol fumegante sentia frio,
Passava por um beco deserto,
Andava por caminhos desconhecidos, incertos,
Estava delirando, sentia calafrios,
Caiu, olhou diretamente os raios de sol,
Aquela grande e linda luz lembrava um gigante farol,
Agora a vida se distanciara cada vez mais,
Arrependera-se da primeira dosagem,
Porque se entregara-se pra algo tão passageiro?
Algo que matou sua vida matou seus desejos,
Tornou centro de sua vida uma simples “viajem”;
Sua vida se passara diante dos olhos cansados,
Seus amigos, seus amantes, não mais a verá,
Engraçado quando tudo esta próximo de acabar
Arrependemo-nos de detalhes passados,
A louça que não lavamos,
O cachorro que não banhamos,
a bolacha que não comprou,
e simplesmente tudo se vai,
as drogas, o dinheiro,
as vontades,os desejos,
superficialidades que a vida nos traz,
agora tudo começa a escurecer,
Forçou para ver algo e não viu,
diante de seus olhos o mundo sumiu,
partiu para outro mundo, a eternidade.