Qual a cor da dor?

A dor da solidão não é tão grande.

A dor da saudade não é tão revoltante.

A dor da ausência não é tão degradante.

A dor da mudança não é tão importante.

A dor é apenas uma dor.

Sua dor, na minha vida, é flor.

A minha, na tua, é amor.

Quem sabe da dor, que é ter dor?

Se doer, se não doer, quem pode saber?

Se será ou não, quem quer saber?

Algumas dores são feitas de cores.

A dor do amor é cor de sangue.

É uma ferida que arde e arde,

E por mais que sangre, não para.

A dor da solidão é cor de noite.

Escuridão e solidão. A rima perfeita.

Uma é a própria dor da ausência.

Outra é a cor da solidão, escura e negra.

A dor da mudança é branca dança.

Dança de noiva. De debutante.

De revolucionário. De bailarino.

Dança que muda. Mudança que dança.

E a pior de todas as dores,

A mais rubra e branda. Tanto quanto,

O tanto que falta na gente:

A dor da própria dor.

A dor é cor. E qual é,

Se assim é,

A cor da própria dor?

Cinza. Não é solidão.

Não é mudança.

Não é nada... É só dor.

"Leiam minha apresentação: http://www.recantodasletras.com.br/cartas/2394709"

Le Vay
Enviado por Le Vay em 20/07/2010
Reeditado em 23/07/2010
Código do texto: T2389822
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.