ABANDONO
Já perdi as contas,
Das noites de abandono,
A alma louca ensandecida,
Procurava-te na estrada.
Na agonia da solidão,
Perdia-se em toda escura mansidão,
Não achava lugar de paz,
Ninguém ouvia o grito de dor,
Apenas eu no silêncio da escuridão.
Abandonada totalmente,
A dor, ao desespero,
Toda à aflição da alma,
Era só abismo e sofrimento.
Dias incertos,
Noites de agonia,
Dias com rosto molhado,
Por lágrimas que não se rendiam.
Ficaram as marcas do abandono...
No rosto as cicatrizes,
Pelo tempo de dor,
A ausência, a falta de amor.