INDAGAÇÕES EM TUA AUSÊNCIA
Onde andas tu, meu desejo e medo?
Por palácios, ruas e catedrais,
ou entre os jardins suspensos de minha imaginação?
Confronto sem temor os deuses,
consentindo os demônios de minha solidão.
Mas vejo suas silhuetas deformadas,
pelos longos períodos de sua ausência.
Teu andar atormenta as águas dos oceanos,
pássaros deixam os céus e pousam aos teus pés.
Como se dominasse os elementos,
e não te encontro em nosso secreto refugio.
Ainda tens o dom de confrontar as ciências,
debochando da lógica pelo sagrado desejo de amar?
E teima em não esconder-se das aparências superficiais,
dos tolos que te invejam?
O que farei se não encontrar novamente teu sorriso?
Deixo o paraíso como fizera Adão?
Converto o céu em tempestades de lágrimas,
refugiando-me no silêncio da escuridão?
Entre brados anunciarei em outros mundos,
vagando por entre as estrelas que eu criei.
Que o nosso amor dá brilho aos astros,
e que traz paz com teu sopro de vida,
findará com as indagações,
ao regressar de tua ausência.