ALMA CIGANA
Na penumbra do meu quarto, da janela a luz da rua,
ilumina teu rosto refletindo o dourado da luz amarelada.
Revelando o mesmo sorriso com que me dizias...
Daquele jeito só teu, ti amo!...
Assim permaneces agora sorrindo calada.
Teu corpo envolto em transparências sutis. A bailar.
Deixando adivinhar os contornos de tua beleza nua.
Não existe nada tão belo que me faça olvidar.
O prazer de dormir em teu colo e sonhar a luz da lua.
Levanto-me de um salto tentando envolver-te em meus braços
Quero sentir-te bem perto. Beijar tua boca sensual.
Unir-me a ti num momento único e sem espaços.
Entre nossos corpos unidos num eterno ritual.
Meu coração bate forte, como um tambor descontrolado.
Mas teu corpo se desvanece, deixando-me perdido..
Perplexo envolvendo nos braços, apenas o nada.
O vazio desolado.
Não estás mais aqui, não podes mais.
Não devias ter ido
Tão sedo, sem aviso, apenas a partida cruel e insana.
Teu sorriso ainda vejo em meus sonhos.
Como um alento, uma mania cigana.
De ir e voltar por caminhos bisonhos.
Porque fazes isso comigo? Porque tanta maldade?
Porque surges do nada e ao nada retornas assim?
Deixando-me apenas, a dor, das feridas, da dor, da saudade.
Da perda, da tua ausência, da tua vida ausente de mim.
Se o fazes por amor tentando abreviar meu fim,
Compreendo-te e te perdôo Mas porque desse jeito?
Já não durmo, não como, não vivo.
Consumo-me assim.
Com a brasa ardente da saudade queimando-me o peito.
Ergo aos céus uma prece, me desfazendo em pedaços.
Acendo a luz, um cigarro e mais outro, mais outro.
Enfim fumo todo um maço.
Talvez que assim mais depressa, te encontre, em.
Um outro viver, outro espaço.