ESTÁ CHOVENDO
Na estrada, na pista.
No meu coração, na minh’alma.
O asfalto molhado,
Reflete as luzes dos carros que passam por mim.
Mas no meu coração,
Não reflete a sua imagem.
Apenas breves lembranças do seu rosto, do seu olhar.
Se a saudade tem um rosto,
É ela que me acompanha.
Chove copiosamente nessa noite.
Alaga, inunda, lava e represa,
As lagrimas que como essa chuva,
Conturba minha visão.
Por vezes, confundo uma placa na estrada,
Com uma pessoa me acenando.
O coração acelera e a velocidade diminui.
Na minha ansiedade louca,
Querendo que seja você.
Os pingos que correm no parabrisa,
Me lembram dos seus longos cabelos.
Os faróis fustigando meus olhos,
Sinto como se fossem lanças,
Atingindo meu rosto.
Então me recordo da luz intensa,
Que seu olhar tem sobre mim.
E choro...!
Mas é um choro interno,
Daqueles que desabam,
Tal qual um furacão.
A chuva externa continua...
Forte, úmida, fria...
A de dentro de mim,
É quente, mas não aquece.
Revolve os sentimentos,
Provoca um redemoinho de sensações,
Que não consigo definir.
As placas vão passando,
Os kilometros avançando,
E a chuva não cessa.
A noite mais longa da minha vida,
Está sendo esta.
A madrugada já se define,
Mas o dia não nasce.
Onde estará uma fronteira,
Um pedágio,
Um semáforo,
Uma placa dizendo:
- Pare!
Di Camargo, 31/03/2010
credo... quanta chuva, preciso de roupas secas e quentes e um guarda-chuva, alguem pode me emprestar um? (rsss)