ANDARILHO SEM CÉU

 

Às vezes tenho vontade de olhar

De correr pelo corredor sem luzes

Para enveredar pela “terra do nunca”

E colidir com os sonhos dispersados na ventania

 

Às vezes tenho vontade de dizer coisas verdes

De esconder-me entre os cantos do corredor

E esquecer os sonhos que perambulam no ocaso

Que está infiltrado na minha ponte de névoa

 

Às vezes tenho vontade de sorrir para os ventos

Ventos que sopraram minha ilusão para o azul

Sem escurecer o passeio do jardim que estava florido

Enquanto seus olhos embelezavam minhas pétalas desgarradas

 

Às vezes quero abrir o peito para o amanhã

Varrer as lembranças dos dias que era andarilho

Em estradas de terra batida e empoeiradas

Tentando pegar uma carona no trem

Que rumava para as estrelas sem céu