Faz Tempo

Todas as noites que a solidão serve o meu cálice,

Ligo o rádio na mesma estação.

Sento-me em frente aquela poltrona vazia,

Esperando ouvir mais uma vez aquele som.

Enquanto o ponteiro das horas aponta para mim,

Percebo o porta-retratos vazio na estante.

Empoeirado pelo tempo,

Tempo que não poupa ninguém.

Depois que a noite chega,

O passado e o presente se misturam.

As lembranças renascem dentro de mim,

E apertam meu peito.

Não tento disfarçar, nem fugir,

Sinto-me cansado.

Do livro "Poemas Urbanos", Editora Alcance, pág. 14.

Daniel M Moreira
Enviado por Daniel M Moreira em 07/12/2009
Reeditado em 07/12/2009
Código do texto: T1964275