Rasa transparência
Seja minha a eternidade que precede o convívio,
que desmantela os costumes e ocasiona a escuridão.
E que de mais eu nunca saiba porque não creio em virtudes,
não conceituo valores e tão pouco me curvo ao determinado.
Amplas as possibilidades do nada acontecendo sem pausas
e os antecedentes, meras variantes de um futuro sem previsões,
derrubam sobre meus impropérios a ausência de fé em mim mesmo.
E no abstrato idealizado por sensações irrealizáveis,
abstenho-me do que não posso e recolho-me à insignificância
de minha própria existência, a esmo...
E assim sou eu, nessa rasa transparência.