Dois corações solitários

Negras vestes cobrem teu corpo com as tristezas.

Em teu luto sereno, desde quando entregastes tua vida,

divagas no olhar os sorrisos que raramente acontecem,

como se parte de ti estivesse naquela escolha,

aquela, que há anos atrás definiu assim o teu caminho.

Mas saibas que, de nós dois, fiquei mais sozinho,

porque jamais soube escolher depois que partistes.

Cedi à promiscuidade dos dias vulgares e noites vazias.

Tive a ausência de lares e muitas falsas alegrias.

E ao saber-te distante e sofrendo a mesma dor,

não posso entender porque continuas se ainda dizes

que sou eu e mais ninguém, aquele a quem tens por amor.

Resta-me a vergonha de nunca ter sido capaz

de trazer para perto de mim aquela a quem quero mais...

BREUER
Enviado por BREUER em 05/12/2009
Reeditado em 28/03/2013
Código do texto: T1961940
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