Vapores Insones
Vapores insones
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Dispo pudores
Odores que exalo
Nem tanto ao cio
Horrores de virgem
Recato de musa
Regalo de Baco
Seta de Lesbos
Imprópria.
Visto vapores
Sabores e vinhos
De ontem
Nem tanto tonto assim.
Letras são gente
Quando juntas tramam rusgas
Biltre alcova a soldo romano
Vintém de meretriz.
Recuso vírgulas
Desatarraxo rolhas
Obtuso olhar de ventre
Medo de coito
Medo de açoite
Medo de assalto
Medo de rimas
Essas
Delatoras do não.
Amores de primas
Estrela sem nome
Abraço de ostra
Calor de fornalha
Enxame de útero
Sabor de saliva.
Hepática dor
Cardíaco pensar
Humores de rua
Suores tão típicos
Sentido de alerta
Leitura de teto
Carência de sono
Carícia de mofo
Cantiga de grilo
Vontade de vômito
Ânsia de óbito
Saudade do choro.
Terrível.
Então oro
Que amanheça
Ainda que eu perca
A briga
Tão minha
Tão contra mim
Matuto umas vezes
Pondero outras tantas
Alheios temas
Antigo assunto
Desbasto arestas
De versos sem pressa
De tomar posição
Postura
Texto sem fundo
Verso sem fim
Retina esfolada
À cata de quês de quais e aonde.
Minha filha
Vadia do meu sangue
Ta lá fora
Aos trancos
Nesse embalo
Logo cedo inda novo
Viro avô
Bem-te-vi
Bem-te-vi
Bem-te-vi
___________ Magno Aquino Miramontes