A fotografia

Te tenho nas mãos e sou soberano. Te viro, te olho, te amasso e te aliso.

Não me é importante a tua presença mas, sim, tua existência. Está comigo, o que eu preciso.

Te jogo para poder recuperar, piso até cansar e te aponto o dedo, como a dar um aviso.

Ríspido, preguejo. Nervoso, gaguejo. Te falo tudo o que quero em desajeitado improviso.

Por fim, resolvo te comer. E a mordida raivosa, é ampla. Vai do canino até o siso.

O que só faz aumentar a minha dor, porque me sinto tão indeciso...

Zerum
Enviado por Zerum em 24/10/2009
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