Solidão

Caminho só, vagaroso

Mesmo acompanhado, só

No meu peito só um nó

Apertado, doloroso

Nesse passo desastroso,

De lado, na escuridão

Tenho turva a visão

Mesmo ao nascer do dia

Fico a esculpir poesia

E deságuo em solidão

Fugacidade dos dias,

Impaciência nas horas,

As lembranças das outroras;

Dos tempos de alegrias,

Alguns sonhos, fantasias

(Um breve aperto de mão)

E onde havia ligação;

Não mais há tal amizade

Fico pintando a saudade

Com cores da solidão

E nesses tempos trocados

Onde a plebe é nobreza,

Onde o escárnio é beleza

Somos nós tão sujeitados

A olharmos sempre os lados,

Perdidos na multidão,

Lutar por motivo vão,

Andar em más companhias,

Sorrir falsas alegrias,

Renegando a solidão

Tarcísio Mota
Enviado por Tarcísio Mota em 22/08/2009
Reeditado em 26/01/2010
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