NÃO TENHO ÁLIBI
Noticiaram através do rádio
que na última antemanhã.
assassinaram o Amor.
Não sei o porquê, mas, vieram
até a minha casa e disseram-me
que sou um dos suspeitos do crime.
Inquiriram-me onde eu estava
na última noite, indagaram-me
com quem passei a madrugada.
Perguntaram-me quais meus álibis,
e, quando disse que passei a noite
sozinho, condenaram-me de pronto.
Não fui o responsável pelo crime,
mas, nem dei importância pela
infração que eles me imputaram.
Pior que ser um suspeito do crime,
mais terrível até que ser condenado,
foi admitir que sou na vida um solitário.