Polar

Calais e sinta

sinta a vergonhosa solidão

gélida, torturante

que afaga os sonhos mais singelos

afaga de maldição

esquece que alma precisa

de sol para que viva

e não há canto ou recanto

é um vazio infindável

que corrói qualquer imensidão.

A manhã preguiçosa

atordoa

desfaz em lágrimas um rio certeiro

e o grito, aprisionado

no peito do solitário

esfria ainda mais o corpo inteiro

e mata

mata sem dó

pisa no calcanhar

corta a esperança

de tornar felicidade

o que a vida tornou lembrança.

Tati Nantes
Enviado por Tati Nantes em 28/05/2009
Código do texto: T1620588
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