Polar
Calais e sinta
sinta a vergonhosa solidão
gélida, torturante
que afaga os sonhos mais singelos
afaga de maldição
esquece que alma precisa
de sol para que viva
e não há canto ou recanto
é um vazio infindável
que corrói qualquer imensidão.
A manhã preguiçosa
atordoa
desfaz em lágrimas um rio certeiro
e o grito, aprisionado
no peito do solitário
esfria ainda mais o corpo inteiro
e mata
mata sem dó
pisa no calcanhar
corta a esperança
de tornar felicidade
o que a vida tornou lembrança.