Amar assim é ruim...
Amar assim, sem jeito de ser,
Meio perdido no querer
Sem paixão na alma,
Ou nada que inflama
Sem vento nos meus cabelos,
Ou emoção engolindo cerebelo
Amar dessa forma,
Que sequer transforma
Sem pedir nada em troca,
Nem ao menos nos sufoca
Sem sentir a solidão dos dias que passam.
Entregue ao vazio que a tudo transpassa
Amar sem tempo,
Ao menos contratempo
Que se perde no infinito,
Sem sentir e ver o que é bonito
Que se transfigura, em almas
Ou espíritos que tudo acalma
Que nunca se perdem.
Pelos caminhos malditos
Amar, sem sentir o coração,
Bater no impulso da vibração
Que se quebra em cada batida,
Desestruturada e perdida
Que se transforma a cada momento.
Num cruel e doido sentimento
Amar dessa forma,
Será que nos conforma
Nessa loucura desenfreada,
Que te deixa desorientado
Nesse medo inconstante,
Vadio e suplicante
De perder o que não existe
Criando temores que persistem
Amar assim,
É coisa ruim
Sentindo o peso do corpo,
Entortado e cansado
Das bocas coladas,
Dos lábios sangrando
Dos corpos unidos.
Há tempos prometidos
Nesta paixão louca,
Destrambelhada e rouca
Que me leva para mundos estranhos,
Sufocantes, sombrios e medonhos
Que me leva para segredos guardados,
Mares nunca dantes navegados
E transformados pelo tempo,
A enxugar e mascar suores
Não é mais que um amor eterno,
Quem sabe o limbo do purgatório
Que nasceu e morreu em mim!
Isso tudo por não ter você do meu lado
Mas esse não será o nosso fim
Haveremos de amar e vencer enfim
Dueto: Catarina Camacho e Hildebrando Menezes