Bolena

O vilarejo

O reino

a muralha

o céu

Era grande

pesado

meu coroado

leve, a alma que Deus me deu

as cores, o povo, os acenos

decorei, a passo e pó

não errava,

não pensava,

fazia

era tudo primordial, tom de dó

os passos no salão

musicado

a corte

rapazes

cordeiros

muita gente, pouca vontade

queria não ter de ser só.

Só vontade.

sentava e dançava e sorria

nem sabia que fazia

adestrada.

a rainha dos pequenos

pequenina de viver

rainha eu sabia

só não sabia me ser

da janela

só se ouvia

"a princesa sempre só"

era só e eu sabia

a cabeça dava um nó

talvez porque entendesse

que a sina que trazia

fosse maior que o desejo

o desejo que consumia

mocinhas

rapazes

sem elegancia

pouca idade

reluzia o som da lua

e consigo felicidade

menininha já sabia

minha vida ao traço fundo

aprendi felicidade

felicidade de regalia

talvez devesse morrer e viver

pra saber como seria.

Tati Nantes
Enviado por Tati Nantes em 27/03/2009
Código do texto: T1509828
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