Bolena
O vilarejo
O reino
a muralha
o céu
Era grande
pesado
meu coroado
leve, a alma que Deus me deu
as cores, o povo, os acenos
decorei, a passo e pó
não errava,
não pensava,
fazia
era tudo primordial, tom de dó
os passos no salão
musicado
a corte
rapazes
cordeiros
muita gente, pouca vontade
queria não ter de ser só.
Só vontade.
sentava e dançava e sorria
nem sabia que fazia
adestrada.
a rainha dos pequenos
pequenina de viver
rainha eu sabia
só não sabia me ser
da janela
só se ouvia
"a princesa sempre só"
era só e eu sabia
a cabeça dava um nó
talvez porque entendesse
que a sina que trazia
fosse maior que o desejo
o desejo que consumia
mocinhas
rapazes
sem elegancia
pouca idade
reluzia o som da lua
e consigo felicidade
menininha já sabia
minha vida ao traço fundo
aprendi felicidade
felicidade de regalia
talvez devesse morrer e viver
pra saber como seria.