MADORNA

aqui a tristeza procria

lá de fora o silêncio observa o quarto

multiplica o nada

entre coisa e outra Morfeu cochila

olho através da vidraça

pirilampos bordejam um tribunal

onde sou réu

grilos dardejam meu destino

corujas me advogam

lampejos me despertam

súbito ergo-me

sonho? pesadelo?

torpor.

uma fresta de lua lambendo clorofila invade

velejando a minha cama

respira meu cansaço

e vai arranhando as paredes de uma solidão quase palpável

TAINã
Enviado por TAINã em 24/10/2008
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