MADORNA
aqui a tristeza procria
lá de fora o silêncio observa o quarto
multiplica o nada
entre coisa e outra Morfeu cochila
olho através da vidraça
pirilampos bordejam um tribunal
onde sou réu
grilos dardejam meu destino
corujas me advogam
lampejos me despertam
súbito ergo-me
sonho? pesadelo?
torpor.
uma fresta de lua lambendo clorofila invade
velejando a minha cama
respira meu cansaço
e vai arranhando as paredes de uma solidão quase palpável