A mulher
A solidão traz o frio
Que coberta alguma há de esquentar...
Ventos uivam
Em quartos vazios,
Onde uma mulher se encolhe
E está a chorar...
Ela está cansada...
Exausta de viver,
De querer morrer,
De uma vida falha...
Seu riso exterior é uma mortalha,
Que usa para dor disfarçar.
Encolhida na cama quente
Em meio a noite silente,
A mulher, como menina,
Se põe a orar....
E ela ora para que o sol
Adentre esses quartos vazios...
Que a primavera
Finalmente disperse os ventos frios....
Que a solidão vá-se embora
E a deixe recomeçar...