A casa
Casa antiga,
Bem cuidada...
Sob serena fachada,
Se escondem quartos vazios,
Onde vaga uma alma cansada...
Cansada de tanta solidão...
Quando um lar se torna prisão?
Quando decidimos nos abandonar?
Não sei... Não quero...
Na verdade, não espero...
Não há resposta satisfatória.
Em cada peça se esconde uma história,
Algo que, volta e meia,
Volta a assombrar...
A ampulheta se reverte,
O tempo volta,
A história se repete...
Tudo diante de meus olhos,
Como um filme,
Sem parar...
Não importam as paredes pintadas,
Nem as cortinas passadas...
Não importam móveis, bibêlos,
Livros, plantas, nada!!
Esses quartos são vazios,
Desabitados...
Desabitados de amor,
Ausentes de paixão...
Domínios da solidão,
Que sorri ao me envenenar.