FAMMI SENTIRE INCANTO  MENTRE VIVERE

No silencio messiânico das horas que não terminam
Abro as portas para meus sentimentos recalcitrantes e tímidos
Trago-os então, ao alcance de minhas mãos
E olhos para eles com leve desvelo  
Como se fossem tecidos de seda
Que acariciam minhas mãos

Eles me dão a sensação de conforto e paz
Eles  tem vivido tão afastados de mim
No meu mundo diário de concreto e cismas
Onde a falsidade move os interesses
Que me prendem nos casulos da mentira
Eu os trago para debaixo do meu cobertor
Cubro minha cabeça como se quisesse
Prendê-los comigo, como se fosse meus filhos
Pequenos e maltrapilhos
Eu os alimento com minha fé tênue
E minha ternura que agora cresce além dos meus limites
Eles são os únicos elos que me ligam ao mundo que aspiro
E portanto me mantém vivo
Pois me devolvem a condição de humano e frágil
Da fragilidade que não me põe em perigo
Me põe a sonhar.
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 09/07/2008
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T1071989
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