Quando só

Jazo, sozinho, num mundo frio

que consome os desejos,

bebe o ímpeto

e sopra em brisa o desespero.

Jazo, sozinho, da sentença que atinge o feto

e paira sobre seu presente,

quando se esquece do passado

e aguarda-se em um futuro que não virá.

Assim, eternamente, jazo nesse mundo soturno

que não poderei deixar de ser,

pois, no momento em que partir,

já não mais, sozinho, serei.

Eduardo Herculano
Enviado por Eduardo Herculano em 29/06/2008
Código do texto: T1057093
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