O ENCONTRO QUE NÃO HOUVE

Um sorriso estremece-me por dentro

Mal consigo esconder a emoção

Forte brilho resplandece das pupilas

A fortuna de encontrá-la na estação

Passa trem, primaveras e invernos...

Passo horas na destreza da esperança

Tal humano, tal anjo, tal criança

Hibernando no regaço da certeza

Escondido entre olhos e mais olhos

Seu sorriso não o vejo

Seu cheiro não se sente

Mais aumenta meu desejo

Sei que creio na surpresa

Na certeza

Poder da mente...

Um aperto esfaqueia o sentimento

Corta-me por dentre um aperto

Meu relógio sinaliza o momento

Vou-me embora em má hora....

Não aceito o desprezo da má sorte

Mais um dia que se passa nos meus dias

Mais um sonho que se arrasta

Um riso que escarnece

Gargalhada que destroça feito vento

Não se cansa minha alma

Não descansa o sentimento

Tal fogo ardendo aquece

Borbulhando um movimento diferente

Chego a casa pensativo

Da viagem esgotado

Espreitando não desisto

Insisto na espreitada

Se hoje o dia anoitece

Amanheça, noite, agora!

Saia sono, cansaço ou tristeza!

Permaneço, anja minha, na sua cola

“Já é hora”, sentimento...

Oh fogo, ardendo vá!

Está vindo – estou vendo

Nossos braços estendidos

Coração forte batendo

Quão nobre!

Quão lindo!

Quão esplêndido seria!

Se da mente criação não fosse o que sinto

O mundo melhoraria

Denílson Nunes
Enviado por Denílson Nunes em 20/06/2008
Código do texto: T1043948
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