Que gente é ?
Santos mortos, desnudos
Correntes de grilhões
de amores desfeitos e,
castigos intermináveis
gozo esplêndido
Santo ofício...
Povos perseguidos e assombrados
Respostas de inimizades
querela na falsa paixão
da paixão cristiana
Que gente é ?
Devassos com homens e mulheres
Bombas na cruz
que caiam aviões sobre a cadeia do inquisidor
salve-se, meu Salvador
que gente é ?
Duvidam do gênio maior
Matam por um suspiro
rasgam o véu do homem
fazem-no pensar na espécie
Crus
Capazes da morte, atormentam
O Homem se renova à frente do inquisidor
malditos que acorrentam e estupram
malditos que vociferam o louvor
cândidos por fora, espécie de estupor
Vagueiam por séculos
matando o Homem
tentáculos por recálculos
juntando o proto
as moedas dos templos
seus oráculos
Santos mortos, até quando ?
Até por quanto ?
Reflexão à partir da leitura de Os Irmãos Karamazov, Dostoievski