Que gente é ?

Santos mortos, desnudos

Correntes de grilhões

de amores desfeitos e,

castigos intermináveis

gozo esplêndido

Santo ofício...

Povos perseguidos e assombrados

Respostas de inimizades

querela na falsa paixão

da paixão cristiana

Que gente é ?

Devassos com homens e mulheres

Bombas na cruz

que caiam aviões sobre a cadeia do inquisidor

salve-se, meu Salvador

que gente é ?

Duvidam do gênio maior

Matam por um suspiro

rasgam o véu do homem

fazem-no pensar na espécie

Crus

Capazes da morte, atormentam

O Homem se renova à frente do inquisidor

malditos que acorrentam e estupram

malditos que vociferam o louvor

cândidos por fora, espécie de estupor

Vagueiam por séculos

matando o Homem

tentáculos por recálculos

juntando o proto

as moedas dos templos

seus oráculos

Santos mortos, até quando ?

Até por quanto ?

Reflexão à partir da leitura de Os Irmãos Karamazov, Dostoievski

Teobaldo Mesquita
Enviado por Teobaldo Mesquita em 25/11/2024
Código do texto: T8204903
Classificação de conteúdo: seguro