Infeliz de alma
Vazia e sem valor próprio ela segue,
A falsa piedade, a falsa generosidade,
Amor de braços curtos que se beneficia a todo custo,
A força intensa e vívida dentro de uma casca envenenada
Controversa e contraditória, força e coitada.
Foi tudo na vida, de ruim a bom,
Nada aproveitou, reclamou de tudo.
Tinha na, na vida, uma missão, um peso, uma medida pra viver,
Viveu o que lhe era devido, lutou o que era justo,
Lutou bem, venceu bem,
Mas não aproveitou a estrada: reclamou, lamentou tudo,
Absolutamente tudo,
Culpou Deus e o mundo.
Teve vida, histórias pra contar, caminhos preenchidos de gente,
Gerou vidas, vivei amores, desamores,
Envelheceu cheia de vidas, tendo criado vidas,
Não foi vazia.
Mas viveu como se fosse, reclamou como se fosse, como se nada tivesse.
Era cega, não nos olhos, na alma,
Alma cega, nunca foi capaz de ver, na vida, o melhor que tinha.
Passou pela vida cega de alma,
Viveu, floresceu, deu vidas e não viu.
Triste flor.
Flor infeliz de alma.
Marta Almeida: 02/10/2024