Montanha de alma

Penso em escalar uma montanha,

A mais alta delas,

Onde um templo budista repousa

Em que há um lago com patinhos e um ipê amarelo,

E Pés de manga,

E folhas de couve-manteiga.

Ali, monges vivem felizes, longes de tudo,

Meditando sem fim,

Envoltos em vestes largas e confortáveis, sem preocupações.

Silêncio do ser.

Subiria leve, apenas minha alma, sem nome ou documento.

Tudo que fui ficaria para trás.

Mas quem sou eu?

Meditaria sem parar, como a leveza do vento.

Usaria roupas largas, provaria a doçura da manga, contemplararia o ipê em cada flor.

Agora, de joelhos e olhos marejados, aos pés da montanha, me entrego.

Não darei mais nenhum passo.

Não há ipês amarelos na China.

Vini Peres
Enviado por Vini Peres em 13/09/2024
Código do texto: T8150583
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