Montanha de alma
Penso em escalar uma montanha,
A mais alta delas,
Onde um templo budista repousa
Em que há um lago com patinhos e um ipê amarelo,
E Pés de manga,
E folhas de couve-manteiga.
Ali, monges vivem felizes, longes de tudo,
Meditando sem fim,
Envoltos em vestes largas e confortáveis, sem preocupações.
Silêncio do ser.
Subiria leve, apenas minha alma, sem nome ou documento.
Tudo que fui ficaria para trás.
Mas quem sou eu?
Meditaria sem parar, como a leveza do vento.
Usaria roupas largas, provaria a doçura da manga, contemplararia o ipê em cada flor.
Agora, de joelhos e olhos marejados, aos pés da montanha, me entrego.
Não darei mais nenhum passo.
Não há ipês amarelos na China.