Domingo a noite

É no chegar da tarde que sinto saudades das coisas que fiz.

É também o momento que me lembro de que não há como voltar no tempo.

O que fiz não poderá ser desfeito.

E o que deixei de fazer, não poderei fazê-lo. Perdi a chance.

A nostalgia bate forte, sem motivo algum. A tristeza também.

O ciclo se repetirá de novo e de novo.

Nesse momento você quer que o relógio não ande.

Quer que a dopamina e a adrenalina  não se esgotem nunca.

Pois é no fim de semana que os problemas somem (ou diminuem) .

O trabalho e a escola dão uma pausa, as contas não chegam e o mundo sorri pra ti.

É no domingo a noite que bate o arrependimento de ter desperdiçado algo.

E a verdade avassaladora de que a segunda-feira começará amanhã.

Queira você esteja preparado ou não.

É por isso que odeio domingos.

Você eu não sei...

Mas pra mim, a vida poderia ir mais devagar.

Cem anos é muito pouco para se aproveitar.

Gätts
Enviado por Gätts em 17/08/2024
Reeditado em 17/08/2024
Código do texto: T8131262
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